Thursday, April 03, 2008

Universo de Dentro.

Boa Tarde.

Amigos, tem sido difícil escrever prosa. Eu vou dizer o motivo no texto, mas eu ando escrevendo poemas e mais poemas. É meio contra a minha vontade colocá-los no blog, mas acho que com o tempo colocarei uns aqui. O texto ficou meio complicado de entender, mas está aí.

Eu queria muito conseguir dizer tudo o que sinto. Acho que essa é uma das frases que quem escreve diz, pelo menos eu digo bastante quando confronto o papel e sinto aquele vazio entre aquilo que estou pensando e o impulso de começar a escrever, é um enorme abismo em que as coisas não se se sucedem, e muitas vezes caem num esquecimento nada confortante. Eu sinto nesse momento um encantamento dos mais fortes por uma pessoa, ela não me sai da cabeça, e eu já não sei mais direito o que fazer com toda essa explosão de sentimento dentro do coração. Já senti isso antes, mas tem coisas que o seu coração sente sempre como se fosse a primeira vez, a agonia é a mesma, eu continuo me vendo o mesmo encostado no travesseiro sem conseguir dormir, pensando no que eu vou fazer para dar um caminho pra esse sentimento. Eu gostaria de escrever milhões de poemas sobre isso, mas não consigo, pois sei que tudo que eu escrever será igual demais ao que eu já escrevi sobre esse sentimento, eu preciso de algo que me dê um diferencial de informação, como algo que eu pudesse falar que me parecesse original, e assim conseguisse desenvolver alguma coisa com um significado mais real, mais confortante, e que servisse de fato como válvula de escape. A complicação maior é que a sensibilidade fica sempre á flor da pele, logo tudo aquilo que se apresenta falando da paixão e do desejo, faz o encantamento subir cada vez mais alto e explodir como fogos de artifício dentro dos meus olhos.
De forma geral, esse abismo existe com tudo o que escrevo, ás vezes não é tão dilacerante como esse sentimento de estar encantado por alguém, mas faz de mim outra pessoa também, de outras formas. Eu gosto muito de escrever sobre a própria dúvida que sinto diante do mundo e das coisas, e se a maneira como eu penso realmente é plausível ou se vivo enganando a mim mesmo com sentimentos que eu penso serem "certezas" dentro de mim. Acredito que não há certezas dentro de mim nem de ninguém, não há como definir determinada situação ou ação como certa, existe apenas a opinião, a percepção individual. Eu tenho conhecido muito o que chamo do universo de dentro, que é o que representa uma das faces desse abismo que sinto bastante. O universo de dentro é uma das esferas de percepção do mundo que nós temos, e que se mostra muito sensível e ao mesmo tempo muito complexo, de difícil compreensão e até mesmo alcance, como se fosse um verdadeiro labirinto. Sinto alguns progressos na translocação de uma percepção para a outra, e sinto que isso pode trazer pra mim algumas idéias muito interessantes, alguns estalos ainda desconhecidos na minha cabeça que sempre tive, desde quando comecei a minha jornada, e sinto que eles aumentam cada vez mais, na medida em que vou penetrando e tentando descobrir mais sobre o universo de dentro. Sinto que moram aqui segedos sobre mim mesmo e sobre a minha visão de mundo que eu desenvolvi e não consegui perceber a solidez da estrutura de pensamento que formou a pessoa que eu sou, com as minhas conclusões. Eu posso dizer que o meu universo de dentro está me conduzindo mais profundamente para dentro dele, mesmo sabendo que EU sou ELE, de forma inexorável. O que diferencia é que esse mundo que parecia previamente muito embaçado por diversos motivos anteriormente, começa a mostrar de fato o que é capaz de construir sem que eu perceba exatamente o que estou criando ou pensando. É como se fosse a matriz da resultante que agora lhes escreve, a base criadora e receptora de informação que transforma, deforma, reforma, constrói e reconstrói o mundo que eu vejo da maneira como eu vejo.

Boa Tarde.

Quanticum.