Sunday, February 25, 2007

O que se quer?

Boa Tarde.

Mais uma reflexão momentânea..

Ás vezes eu penso que as pessoas deviam fazer mais o que querem fazer, o que gostam de fazer.Eu li Jim Morrison dizer numa entrevista, algumas coisas bem interessantes.No mundo em que vivemos, muitas pessoas, cada vez mais, "trocam" seus desejos, seus anseios, por coisas já existentes, repetidas no mundo, e comuns á maioria das pessoas.A questão é: elas não sabem disso, ou não imaginam?Eu acredito que existe um desejo, uma vontade de criar, e viver novas coisas, em cada pessoa.Mas a sociedade em que vivemos se encontra num estado tão veloz e imediato de produção, que acaba transformando a criação e a criatura em algo descartável

O mundo se torna cada vez mais cheio de obrigações, de imposições, por todos os lados.Se todos nós fossemos livres para criar o mundo da maneira que quiséssemos, tudo seria diferente.Desde o começo dos tempos, a sociedade toma um rumo que faz com que alguns homens se tornem protagonistas do mundo, e muitos outros sejam meros figurantes, coadjuvantes.Muitos dos problemas pelos quais sofremos, falta de dinheiro, depressão, insatisfação, são causados pelo nosso choque com as imposições que o mundo coloca sobre as nossas costas.Eu não prego a completa separação homem x mundo, mas faço um apelo á todas as pessoas, que se proponham a fazer o que querem.E não me refiro a ter dinheiro, boa posição social, bom emprego e coisas do gênero, pois elas só se referem aos desejos que são cegamente e despropositalmente impostos pelas pessoas e pela sociedade em geral, mas sim tentar seguir caminhos que os satisfaçam, os façam feliz.

Eu acredito que as pessoas deveriam tentar se observar, profundamente.E ao fazer isso, possam perceber quem são de verdade, o que querem, e o rumo que querem seguir.A sociedade sempre tenta ir contra essas pessoas, devido á tendência natural que segue, não culpo as pessoas pela tristeza das outras.O mundo em que vivemos é povoado por pessoas, porque nós tentamos nos destruir de maneira tão irracional?As guerras são um exemplo diso.Um país precisa vender armas pra ganhar dinheiro, um país compra armas pra entrar em guerra com outro, um país acaba destruído, o outro provavelmente também sofrerá, não há ganho nenhum além de dinheiro e mais mortes, mais mães chorando pela morte de seus filhos.É a ânsia de dominação, que vem impressa nas pessoas desde o começo dos tempos.É irracional tentar correr contra o meio, pois nunca se sobrevive.Devemos aprender a lidar com as coisas a nosso favor, com a noção da nossa missão enquanto pessoas na terra, pra que possamos entender melhor quem somos.

Não estou atacando nenhuma das partes, pois nessa confusão ninguém tem culpa.É uma questão muito mais complicada do que simplesmente culpar alguém ou alguma coisa pela situação do mundo.A minha opinião, é que hoje em dia refletimos muito pouco sobre o mundo em que vivemos e as pessoas que nós somos.Não há nada de errado em querer ser alguém na vida, ganhar dinheiro ou ter boa posição social.O que me decepciona é ver que as pessoas se contentam com coisas que eu penso não serem seus desejos.Devemos correr atrás, lutar pelo que nos faz felizes, e só podemos fazer isso nos conhecendo melhor que qualquer outra coisa ou pessoa.

Mas, isso é só a minha opinião.

Quanticum.

Wednesday, February 21, 2007

O Zé.

Bom Dia.

Um diálogo interessante, mais um dos muitos Zés do nosso mundo.

- Alô?
- Hotel Cinco Estrelas, boa tarde.
- Alô, oi, eu queria falar com o Zé.
- Com o Zé? Qual Zé, senhor?
- Como qual Zé? É só chamar o Zé que ele vem!
- Escute, meu senhor, eu acho que o senhor ligou para o lugar errado.
- Não, mas esse foi o número que o Zé me deu!
- Mas isso é um hotel!
- Ah, um hotel.E de onde é esse tal hotel?
- Nós temos como sede a cidade de São Paulo.
- Tem o que aonde?
- É em São Paulo, senhor.
- Ah, pois é! O zé tá em São Paulo, ele foi de pau de arara.
- Senhor, eu preciso desocupar o telefone.Vou desligar, está bem?
- Não! Não tá bem não! Chama o Zé que eu desligo.
- Mas senhor, não tem nenhum Zé aqui!
- Tem sim que eu sei, senão ele não tinha dado esse número.
- Você não está entendendo.Isso aqui é um hotel, eu não posso chamar ninguém!
- Mas como não pode? É só gritar pro Zé!
- ... Senhor, eu preciso desligar.
- Se você desligar eu continuo ligando.
- Olha, eu estou começando a perder a paciência.
- Mas quem tá perdendo a paciência sou eu, que não consegue falar com o Zé.
- ...
- Eu não vejo qual é o problema, o Zé tá aí, eu sei.
- O senhor não compreende.
- Olha, chega dessa conversa de eu não compreendo, e chama o Zé logo.
- ... está bem. Ô Zé, é aquele cara chato de novo!Tentei fazer ele desligar, mas é impossível!

Sunday, February 11, 2007

Luto.

Boa Tarde.

Eu estava lendo a Veja dessa semana, falando sobre o João Hélio, garoto arrastado pelas ruas do Rio, amarrado ao cinto de segurança, durante um assalto na rua.Como sempre, me veio a vontade de despejar essa informaçao, essa opinião.

O acontecimento com esse garoto mostra como um estado pode se desestabilizar tao facilmente.Uma instituiçao tao segura, tao estável, pode cair em mãos erradas a qualquer momento.João Hélio é mais uma prova da bipolarização do caos no Rio.Quando alguém, que pertence a classe média, com condições de "sobrevivencia social" mais alta, é atingido, imediatamente a repercussão entra em cena, de maneira extremamente forte.É um absurdo que aconteçam coisas assim, de maneira tao leviana, tao banal.

Mas devemos virar os nossos olhos para uma face da situação que é de difícil aceitação.Como incluir, nesse absurdo, as pessoas que estão, muitas vezes, sofrendo mais na pele?As empregadas domésticas que morrem voltando do trabalho, os meninos que morrem no morro, voltando da escola, sem falar nos meninos que "trabalham" para o tráfico, que são vítimas físicas e psicológicas.É difícil ficar triste por todas essas pessoas?É uma questao de saber igualar as coisas.Eu não acho que a morte de João Hélio deva ser vista com menor importancia, mas acredito que é imprescindível ter noção do tamanho do problema.Será que devemos continuar sem nos mexer, de alguma forma, se expressar pra tentar fazer alguma coisa?Quantos garotos de classe média, e de classe baixa vão ter que morrer pra isso?Eu acho que o alarde da mídia é importante, necessário, sim.Mas acho que a voz que tem de trabalhar para que isso mude, quem tem que reinvindicar uma atitude, somos nós, as pessoas.Afinal, as hierarquias política e sociais se mostram cada vez mais incapazes, e submissas ao sistema que se implantou no Rio.Eu não moro no Rio, e por isso a situação seja diferente, já que eu me encontro fora disso.Mas é absurda não somente a situação do Estado carioca, mas a morte de um garoto.Que poderia ter sido em Salvador, no Rio, em São Paulo, até mesmo em Manaus, teria sido o filho de alguém, o irmão de alguém, o amigo de alguém.E é isso que queremos evitar, mais mortes como a de João Hélio.Me recuso a fechar os olhos para isso, quando um dia pode ser o meu primo, o meu tio, a minha amiga, que mora no rio, a pessoa que aparece na capa da Veja.

Eu adoro o meu país, não sou um nacionalista, mas tenho afeição pelas cores, pelas belezas e pelas pessoas do Brasil.Quando acontece algo tão brutal como aconteceu, me vejo perdido sem saber quem é o culpado.As pessoas, ou o sistema onde nós vivemos.Me vejo ainda mais perdido ao saber que não existe culpado, existem culpados, o plural mais inconsequente que poderia existir.É importante que nós cuidemos dessa situação, ou pode ser o nosso filho que morra dessa maneira, ou de maneira pior.

Quanticum.