Sunday, December 09, 2007

Detetives de nós mesmos.

Boa Tarde.

Bem, ontem tive uma noite daquelas, que me deu uma inspiração pra escrever um pouco, em especial por causa do melhor tipo de amizade que se pode fazer: aquela que você não espera.

Eu percebo, muitas vezes, que as pessoas se sentem muito sozinhas consigo mesmas, e sofrem por não conseguirem entender a razão de se sentirem solitárias no meio de uma multidão de outras pessoas.Como eu já disse muitas vezes aqui nesse blog, o que une as pessoas, na verdade, é algo muito diferente da visão, audição e tato.Não estou dizendo que esses sentidos não aproximam as pessoas, mas sim que a complexidade de uma amizade nunca pode ser medida apenas por coisas fugazes como tocar ou olhar para uma pessoa.Muitas vezes aquele alguém desconhecido lhe chamou a atenção desde o começo sem explicação alguma, e a sua afinidade com ela é anterior à sua primeira conversa, o seu primeiro olhar é muito mais intenso e direto do que os próximos olhares, que virão já carregados de um conhecimento prévio e uma noção do que se deve dizer ou não dizer.Quando eu digo isso, acabo caindo na opinião falsa de que as pessoas perdem a graça com o tempo, e isso não é verdade.Somos todos enormes poços de opiniões, desejos e sentimentos que a nossa limitação humana não nos permite perceber apenas com o sentir.É preciso perguntar, responder, sorrir e receber sorrisos para entender onde fica a estância mais profunda do ser de qualquer pessoa.
O que me assusta nas relações humanas, é o sentimento de percepção da vibração que nós não controlamos, apenas sentimos.Me surpreendo com pessoas que sempre me chamaram a atenção e aos poucos vão surgindo na minha vida sem que eu perceba.A vibração entre as pessoas é tão forte que muitas vezes parece que estamos uns entrando na vida dos outros de propósito e sem perceber! O ideal concreto da sociedade crê que a essência humana é mais sozinha do que social, e que o egoísmo e a individualidade são valores intrínsecos da personalidade do ser humano.Não posso dizer que discordo totalmente, pois realmente muitas construções e desejos da sociedade tem profunda absorção desse pensamento.Nunca paramos, porém, para avaliar as nossas relações, e a forma como se organizam os "bantos" da sociedade.A vibração que temos uns com os outros nos aproximam como imãs, se atraindo ou se repelindo, e nós não parecemos capazes de enxergar isso.Eu peço que vocês observem bem os seus amigos, e como vocês se conheceram, como foi a primeira vez que se viram, que se falaram, qual o olhar que tinham um sobre o outro.Acreditem, eu posso apostar que existe uma pessoa pelo menos que tem uma história engraçada ou esquisita sobre como vocês se tornaram amigos.Esses amigos são os que costumam tocar mais forte no coração, e os que arrancam um sorriso ou dão um abraço mais facilmente.É preciso aprender a sentir e a entender seus sentimentos diante dos outros, pois quando você consegue ver a vibração que se estabelece com determinada pessoa, vai sentir-se caminhando ao lado dos seus sentimentos, esperando o momento em que eles o atirarão nos braços do seu futuro amigo.
Bom, posso dizer que nessa noite eu me constatei um pouco mais quântico (que a liberdade poética continue me permitindo usar esse termo!) diante da minha prória mente.Mais uma vez, eu pude sentir, e quase claramente ver como o mundo vibrou para me conceber essa percepção.Mais impessoalmente falando, ás vezes parece que é possível prever o futuro para dentro de si mesmo, como se a sua mente soubesse toda a verdade sobre a vida, mas se recusasse a deixar você ver, e assim entender que cada momento é um novo laço entre as pessoas, os objetos e o mundo como um todo.Cada novo segundo arrasta e ao mesmo tempo arremessa para longe todos os segundos anteriores, e todo segundo vem sempre preenchido por completo.
Pois então, eu aconselho que vocês observem.Essa não é a primeira, e nem será a última vez que isto virá escrito aqui.Observem cada segundo, cada momento, cada rosto e cada sorriso, percebendo como esse momento atinge você, e a depender da maneira como você se sinta atingido ou atraído por alguém, observe como o espaço vai se movimentar e se modificar para que você entre em contato com aquela pessoa.E quando isso acontecer, vai te restar o mesmo sorriso de satisfação e a perplexidade feliz no rosto que eu venho tendo nos últimos tempos.Experimentem ser os seus próprios detetives, seguindo as pistas que a sua mente deixa, e chegando no fim à resolução e ao auto-julgamento: Somos assassinos e assassinados de nós mesmos, sem deixar lembranças ou recados.A mente não deixa recados, pois é um recado por si mesma.

Para uma futura jornalista e futura presente amiga, para quem eu nunca esperaria escrever um texto.

Boa Noite.

Quanticum.

1 comment:

Agnes Cajaiba said...

e não é que também tive meus escritos!? o inesperado sempre é causador de 'escrivinhações', inquietações... uma urgência em dizer, 'palavrear', certos momentos que (inesperadamente) explodem no dia a dia!

" mother fucker, baaaaby
mother fucker, baaaaby "

\o/